Tendinopatia glútea e bursite do quadril: quando a dor persiste, há solução!

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Este texto foi escrito pelo Dr. Fábio Koiti Nishimori, ortopedista especialista em quadril, trazendo informações importantes e atualizadas sobre tendinopatia glútea e bursite do quadril.

A dor na lateral do quadril, que incomoda para dormir, dificulta exercícios físicos e até o simples ato de cruzar as pernas, é uma queixa cada vez mais comum, especialmente entre mulheres de 20 a 40 anos. Muitas vezes, esse incômodo persistente é causado por tendinopatia glútea associada ou não à bursite trocantérica, duas condições que compartilham sintomas e frequentemente são confundidas com “problemas na coluna” ou “ciático inflamado”.

O que é a Tendinopatia Glútea?

A tendinopatia glútea envolve os tendões dos músculos glúteo médio e mínimo, responsáveis pela estabilização da pelve ao caminhar ou correr. Microlesões por sobrecarga, má postura, desequilíbrio muscular e até alterações hormonais podem desencadear esse quadro. Já a bursite trocantérica é a inflamação da bursa – uma pequena bolsa que reduz o atrito entre o osso e os tecidos moles – situada na lateral do quadril.

Por que é mais comum em mulheres?

Estudos demonstram que fatores biomecânicos como maior largura pélvica, menor força glútea e alterações no padrão de marcha aumentam o risco em mulheres. Além disso, há influência de fatores hormonais que afetam a qualidade dos tendões.

Tratamento Conservador: sempre o primeiro passo

O tratamento inicial inclui:

  • Fisioterapia focada no fortalecimento do glúteo médio e core.
  • Técnicas de liberação miofascial e reequilíbrio postural.
  • Ajustes na carga de treino, calçados e ergonomia.
  • Medicações analgésicas ou anti-inflamatórias por tempo limitado.
  • Contudo, algumas pacientes não apresentam melhora significativa, mesmo após semanas ou meses de fisioterapia bem conduzida. E é aqui que entram opções mais avançadas.

    Infiltrações Guiadas por Ultrassom: precisão e segurança

    A infiltração de medicamentos diretamente na região do tendão ou da bursa, quando feita de forma guiada por ultrassonografia (USG), proporciona uma precisão milimétrica, evitando estruturas vizinhas e potencializando os resultados.

    Há dois tipos principais de infiltrações:

    1. Corticoide + Anestésico
    2. Indicado em casos de inflamação aguda e dor incapacitante. Ajuda a controlar rapidamente a dor, mas deve ser usada com critério, pois o uso repetitivo pode prejudicar a qualidade do tendão.

    3. Ácido Hialurônico Injetável

    Uma opção moderna, especialmente eficaz em casos de tendinopatias crônicas, sem resposta ao tratamento convencional. O ácido hialurônico:

    1. Melhora a lubrificação e a nutrição local.
    2. Reduz a inflamação crônica.
    3. Estimula a regeneração do tendão e tecidos ao redor.

    Estudos recentes têm mostrado que, em pacientes com tendinopatia glútea resistente, a infiltração de ácido hialurônico pode aliviar a dor, melhorar a função e postergar (ou evitar) tratamentos cirúrgicos.

    O que esperar após a infiltração?

    Recuperação gradual, com retorno à fisioterapia em 5 a 7 dias.

    Redução da dor nas primeiras semanas.

    Melhora significativa da qualidade de vida, principalmente no sono e nas atividades físicas.

    É fundamental que a infiltração seja parte de um plano integrado, com reeducação postural, correção de padrões de movimento e reforço muscular adequado.

    Se você é uma mulher jovem ou de meia idade, ativa, e sofre com uma dor persistente no quadril que parece não melhorar, saiba que há tratamentos eficazes e modernos disponíveis. A infiltração guiada por USG com ácido hialurônico é uma opção segura, com bons resultados relatados na literatura médica e na prática clínica.

    Procure um ortopedista especialista em quadril e converse com seu fisioterapeuta. A combinação entre diagnóstico preciso, tecnologia de ponta e reabilitação personalizada é o caminho para voltar a ter uma vida sem dor.

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